Os picos menos elevados da Oração
Nunca deveríamos complicar demais a oração. Somos propensos a
isso uma vez que entendemos que a oração é algo que devemos aprender. Jesus,
porém nos ensinou a dirigir-nos como crianças a um pai. Franqueza, honestidade
e confiança marcam a comunicação do filho com o pai. . Uma criança não acha
difícil ou complicado conversar com seu pai, nem ela se sente constrangida em
trazer à atenção dele a mais simples necessidade.
As crianças ensinam-nos o valor da imaginação. Como acontece
com a meditação, a imaginação é um instrumento poderoso na obra da oração.
Podemos ser reticentes em orar com a imaginação, achando que ela está
ligeiramente abaixo de nós. As crianças não têm tal reticência, elas reagem bem
a orar com a imaginação.
Certa vez fui chamado a um lar para orar a favor de uma
menininha de colo que estava gravemente enferma. Seu irmão, de quatro anos de
idade, encontrava-se no quarto e eu lhe disse que precisava de seu auxílio para
orar por sua irmãzinha. Ele ficou muito contente e eu também, pois eu sabia que
as crianças muitas vezes oram com eficácia fora do comum. Ele subiu na cadeira
que estava ao meu lado. “Vamos fazer um joguinho de faz-de-conta”, disse-lhe
eu.
“Sabendo que Jesus está sempre conosco, vamos imaginar que
ele está sentado na cadeira em nossa frente. Ele está esperando pacientemente
que concentremos nossa atenção nele. Quando o virmos, começaremos a pensar mais
a respeito do seu amor do que na enfermidade da Julinha. Ele sorri, levanta-se,
e vem para nós. Então nós dois colocamos as mãos sobre a Julinha e quando o
fizermos, Jesus colocará as suas mãos sobre as nossas. Vigiaremos e
imaginaremos que a luz que vem de Jesus está jorrando diretamente sobre sua
irmãzinha e curando-a.
Façamos de conta que a luz de Cristo luta com os germes maus
até que todos eles se vão embora. Certo?” Com seriedade o garotinho assentiu.
Juntos oramos nesta forma infantil e depois demos graças ao
Senhor porque aquilo que “vimos” era como ia ser. Pois bem, não sei se isto
criou na criança uma sugestão pós-hipnótica ou se foi um “faça-se” divino: o
que eu sei é que na manhã seguinte Julinha estava perfeitamente bem.
Os alunos com problemas reagem prontamente à oração. Um amigo
meu, que ensinava crianças com problemas emocionais, resolveu começar a orar
por elas.
Naturalmente, ele não contou às crianças o que fazia. Quando
uma das crianças se arrastava para debaixo de sua mesa e assumia uma posição
fetal, o professor pegava a criança nos braços e orava silenciosamente para que
a luz e a vida de Cristo curassem a mágoa e o ódio que o menino sentia contra
si mesmo. Para não constranger a criança, meu amigo orava mentalmente enquanto
se desincumbia de seus deveres de mestre. Passados alguns minutos a criança se
descontraía e voltava para sua carteira. Às vezes meu amigo perguntava à
criança se ela se lembrava de como se sentia ao vencer uma corrida. Se o menino
dissesse que sim, ele o estimulava a retratar-se cruzando a linha de chegada
com todos os seus amigos a cumprimentá-lo e a amá-lo. Desse modo a criança
podia cooperar no projeto de oração bem como reforçar sua própria aceitação. No
fim do ano letivo, todas as crianças, exceto duas, puderam retornar a uma
classe regular.
Seus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante
suas orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles; ore por ele
à noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e colocar levemente
as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo fluindo através de
suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa que seu filho sofreu
nesse dia.
Encha-o da paz e da alegria do Senhor. No sono a criança é
muito receptiva à oração, visto que a mente consciente, que tende a levantar
barreiras à suave influência de Deus, está descontraída.
Como sacerdote de Cristo, você pode executar um serviço
maravilhoso pegando os filhos nos braços e abençoando-os. Na Bíblia, os pais
traziam os filhos a Jesus não para que ele brincasse com eles ou mesmo lhes
ensinasse, mas para que ele pudesse colocar as mãos sobre eles e abençoá-los
(Marcos 10.13-16). Ele deu-lhe capacidade de fazer a mesma coisa.
Bem-aventurada a criança abençoada por adultos que sabem abençoar!
Deus deseja que os casamentos sejam saudáveis, íntegros e
permanentes. Talvez você conheça casamentos que estão em grande dificuldade e
precisam de sua ajuda. Talvez o marido esteja tendo um caso amoroso com outra
mulher.
Experimente orar a favor deste casamento uma vez por dia,
durante trinta dias.
Visualize o marido encontrando- se com a outra mulher e
sentindo-se aterrado e chocado até por ter tido a idéia de envolver-se com ela.
Imagine a própria idéia de um caso ilícito tornar-se desagradável para ele.
Visualize-o entrando pela porta e, vendo a esposa, sentir-se esmagado por um
senso de amor por ela.
Retrate-os dando um passeio juntos e apaixonados como o eram
anos antes.
“Veja”-os cada vez mais capazes de abrir-se um com o outro, e
conversar, e demonstrar carinho. Em sua imaginação, levante uma grande parede
entre o marido e a outra mulher. Construa um lar, empregando para isso o amor e
a consideração pelo marido e pela esposa. Encha-o da paz de Cristo.
Seu pastor e os cultos de adoração precisam ser banhados em
oração. Paulo orava por seu povo; ele pedia ao povo que orasse por ele. Sature
os cultos de adoração com suas orações. Visualize o Senhor no alto e sublime,
enchendo o santuário com a sua presença.
“Orações
relâmpago” são uma excelente idéia que Frank Laubach desenvolveu em
seus muitos livros sobre a oração. Ele se propunha aprender a viver de modo que
“ver alguém será orar! Ouvir alguém, como crianças conversando, um menino
chorando, pode ser orar!” Orações de forte e direto lampejo dirigido às pessoas
é uma grande emoção e pode trazer resultados interessantes. Tenho tentado isto,
interiormente pedindo que a alegria do Senhor e uma consciência mais profunda
de sua presença surjam dentro de cada pessoa com quem me encontro. Às vezes as
pessoas parecem não reagir, mas outras vezes respondem e sorriem como se eu me
dirigisse a elas. Em um ônibus ou num avião podemos imaginar Jesus andando
pelos corredores, tocando as pessoas nos ombros e dizendo: “Eu te amo. Meu
maior deleite seria perdoar-te e dar-te todas as boas coisas. Tu tens belas
qualidades ainda em botão e eu gostaria de desabrochá-las desde que digas
'sim'. Eu gostaria de governar tua vida se tu mo permitires.” Frank Laubach
sugere que se milhares de nós fizéssemos “orações relâmpago” pelas pessoas que
encontramos e falássemos dos resultados, poderíamos aprender muita coisa acerca
de como orar pelos outros. Poderíamos mudar toda a atmosfera de uma nação se
milhares de nós constantemente atirássemos um manto de oração em torno de todos
os que vivem em nosso círculo de ação. “Unidades de oração combinada, como
gotas de água, formam um oceano que desafia a resistência.”
Jamais devemos esperar até que sintamos disposição de orar
antes de orarmos pelos outros. A oração é como qualquer outro mister; talvez
não nos sintamos com disposição de trabalhar, mas uma vez que nos damos ao
trabalho por um tempinho, começamos a gostar dele. Nossos músculos de oração
precisam ser flexionados um pouco, e uma vez iniciada a corrente sangüínea da
intercessão, descobriremos que estamos dispostos a orar.
Não
temos de preocupar-nos com o fato de que esta atividade tomará muito de nosso
tempo, porque “Ela não toma tempo algum, mas ocupa todo o nosso tempo”.
Não
se trata de orar e depois trabalhar, mas oração simultânea com o trabalho.
“Há
um modo de ordenar nossa vida mental em mais de um nível de cada vez. Em um
nível podemos estar pensando, discutindo, examinando, calculando, atendendo às
exigências dos afazeres externos. Mas no íntimo, atrás dos bastidores, num
nível mais profundo, podemos também estar em oração e adoração, em cântico e
culto, e numa suave receptividade aos sopros divinos.”
Temos
tanto que aprender, uma longa distância a percorrer. Certamente o anelo de
nossos corações se resume no que disse o arcebispo Tait: “Desejo uma vida de
oração mais excelente, mais profunda, mais verdadeira.”6.
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