Objetivo do Jejum
É sensato reconhecer que a
primeira declaração que Jesus fez acerca do jejum tratou da questão de motivos
(Mateus 6.16-18). Usar boas coisas para nossos próprios fins é sempre sinal de
falsa religião. Quão fácil é tomar algo como o jejum e tentar usá-lo para
conseguir que Deus faça o que desejemos. Às vezes se acentuam de tal modo as
bênçãos e benefícios do jejum que seríamos tentados a crer que com um pequeno
jejum poderíamos ter o mundo, inclusive Deus, comendo de nossas mãos.
O jejum deve sempre
concentrar-se em Deus. Deve ser de iniciativa divina e ordenado por Deus. Como
a profetisa Ana, precisamos cultuar em jejuns (Lucas 2.37). Todo e qualquer
outro propósito deve estar a serviço de Deus. Como no caso daquele grupo
apostólico de Antioquia, “servindo ao Senhor” e “jejuando” devem ser ditos de
um só fôlego (Atos 13.2). C. H. Spurgeon escreveu: “Nossas temporadas de oração
e jejum no Tabernáculo têm sido, na verdade, dias de elevação; nunca a porta do
céu esteve mais aberta; nunca nossos corações estiveram mais próximos da Glória
central.”
Deus interrogou o povo do
tempo de Zacarias: “Quando jejuastes... acaso foi para mim que jejuastes, como
efeito para mim?” (Zacarias 7.5). Se nosso jejum não é para Deus, então
fracassamos. Benefícios físicos, êxito na oração, dotação de poder,
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Objetivo do Jejum
É sensato reconhecer que a
primeira declaração que Jesus fez acerca do jejum tratou da questão de motivos
(Mateus 6.16-18). Usar boas coisas para nossos próprios fins é sempre sinal de
falsa religião. Quão fácil é tomar algo como o jejum e tentar usá-lo para
conseguir que Deus faça o que desejemos. Às vezes se acentuam de tal modo as
bênçãos e benefícios do jejum que seríamos tentados a crer que com um pequeno
jejum poderíamos ter o mundo, inclusive Deus, comendo de nossas mãos.
O jejum deve sempre
concentrar-se em Deus. Deve ser de iniciativa divina e ordenado por Deus. Como
a profetisa Ana, precisamos cultuar em jejuns (Lucas 2.37). Todo e qualquer
outro propósito deve estar a serviço de Deus. Como no caso daquele grupo
apostólico de Antioquia, “servindo ao Senhor” e “jejuando” devem ser ditos de
um só fôlego (Atos 13.2). C. H. Spurgeon escreveu: “Nossas temporadas de oração
e jejum no Tabernáculo têm sido, na verdade, dias de elevação; nunca a porta do
céu esteve mais aberta; nunca nossos corações estiveram mais próximos da Glória
central.”
Deus interrogou o povo do
tempo de Zacarias: “Quando jejuastes... acaso foi para mim que jejuastes, como
efeito para mim?” (Zacarias 7.5). Se nosso jejum não é para Deus, então
fracassamos. Benefícios físicos, êxito na oração, dotação de poder,
discernimentos espirituais - estas coisas nunca devem tomar o lugar de Deus
como centro de nosso jejum. João Wesley declarou: “Primeiro, seja ele [o jejum]
feito para o Senhor com nosso olhar fixado unicamente nele. Que nossa intenção
aí seja esta, e esta somente, de glorificar a nosso Pai que está no céu...”
Esse é o único modo de sermos salvos de amar mais a bênção do que Aquele que
abençoa.
Uma vez que o propósito
básico esteja firmemente fixo em nossos corações, estamos livres para entender
que há, também, propósitos secundários em jejuar.
Mais do que qualquer outra
Disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam. Este é um maravilhoso
benefício para o verdadeiro discípulo que anseia ser transformado à imagem de
Jesus Cristo. Cobrimos com alimento e com outras coisas boas aquilo que está
dentro de nós, mas no jejum estas coisas vêm à tona. Se o orgulho nos controla,
ele será revelado quase imediatamente. Davi disse: “em jejum está a minha alma”
(Salmo 69.10). Ira, amargura, ciúme, discórdia, medo - se estiverem dentro de
nós, aflorarão durante o jejum. A princípio racionalizaremos que a ira é devido
à fome; depois descobriremos que estamos irados por causa do espírito de ira
que há dentro de nós. Podemos regozijar-nos neste conhecimento porque sabemos
que a cura está disponível mediante o poder de Cristo.
O jejum ajuda-nos a manter
nosso equilíbrio na vida. Quão facilmente começamos a permitir que coisas não
essenciais adquiram precedência em nossas vidas. Quão depressa desejamos
ardentemente coisas das quais não necessitamos até que sejamos por elas
escravizados. Paulo escreveu: “Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Coríntios 6.12). Nossos anseios e
desejos humanos são como um rio que tende a transbordar; o jejum ajuda a
mantê-lo no seu devido leito. “Esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão”,
disse Paulo (1 Coríntios 9.27). Semelhantemente, escreveu Davi:
A Prática do Jejum
Homens e mulheres modernos
ignoram, em grande parte, os aspectos práticos do jejum. Os que desejam jejuar
precisam familiarizar-se com estas informações.
Como acontece com todas as
Disciplinas, deve-se observar certa progressão; é prudente aprender a andar bem
antes de tentarmos correr. Comece com um jejum parcial de vinte e quatro horas
de duração; muitos têm achado que o melhor período é de almoço a almoço. Isto
significa que você não tomaria duas refeições. Sucos de frutas frescas são
excelentes. Tente este método uma vez por semana durante algumas semanas. No
começo você ficará fascinado com os aspectos físicos, mas a coisa mais
importante a observar é a atitude interior de adoração. Exteriormente você
estará executando os seus deveres regulares do dia, mas interiormente você
estará em oração e adoração, cântico e louvor. Numa forma nova, levará cada
tarefa do dia a ser um ministério sagrado ao Senhor.
Cultive uma “suave
receptividade aos sopros divinos”. Quebre seu jejum com uma leve refeição de
frutas e vegetais frescos e uma boa dose de regozijo íntimo.
Depois de duas ou três
semanas, você estará preparado para tentar um jejum normal de vinte e quatro
horas. Use somente água, mas em quantidades saudáveis.
Provavelmente você sentirá
algumas dores de fome ou desconforto antes de terminar o tempo. Não se trata de
fome verdadeira; seu estômago tem sido treinado durante anos de condicionamento
a dar sinais de fome em determinadas horas. Em vários aspectos, seu estômago é
como uma criança mimada. Martinho Lutero disse: “... a carne estava habituada a
resmungar horrivelmente.” Você não deve ceder a este resmungo.
Ignore os sinais ou diga
mesmo ao seu “filho mimado” que se acalme e em breve tempo as dores da fome
terão passado. Você tem que ser o senhor de seu estômago, e não seu escravo. Se
os deveres de família o permitirem, devote à meditação e oração o tempo que
você normalmente tomaria em alimentar-se.
Desnecessário é dizer que
você deveria seguir o conselho de Jesus em refrear-se de chamar a atenção para
o que você está fazendo. Os únicos a saber que você jejua são os que devem
sabê-lo. Se você chama a atenção para seu jejum, as pessoas ficarão
impressionadas e, como disse Jesus, essa será sua recompensa.
Você, porém, jejua por
galardões muito maiores e grandiosos. As palavras abaixo foram escritas por um
indivíduo que, a título de experimento, dedicou-se a jejuar uma vez por semana
durante dois anos:
“1. Achei que foi uma grande
realização passar um dia inteiro sem alimento.
Congratulei-me comigo mesmo
pelo fato de achá-lo tão fácil.
2. Comecei a ver que o ponto
acima referido dificilmente seria o alvo do jejum.
Nisto fui auxiliado por
começar a sentir fome.
3. Comecei a relacionar o
jejum de alimento com outras áreas de minha vida nas quais eu era mais
exigente... Eu não me via obrigado a conseguir lugar no ônibus para estar
contente, ou sentir-me refrescado no verão e aquecido quando fazia frio.
4. ... Refleti mais sobre o
sofrimento de Cristo e sobre o sofrimento dos que estão com fome e têm
filhinhos famintos. ...
5. Seis meses após principiar
a disciplina do jejum, comecei a ver por que fora sugerido um período de dois
anos. A experiência muda ao longo do caminho. A fome nos dias de jejum
tornou-se aguda, e mais forte a tentação de comer. Pela primeira vez eu estava
usando o dia a fim de encontrar a vontade de Deus para minha vida. Comecei a
pensar sobre o significado de alguém render sua própria vida.
6. Agora sei que a oração e o
jejum estão intimamente ligados, esta forma contudo ainda não está combinada em
mim.”
Havendo realizado diversos
jejuns com certo grau de êxito espiritual, passe para um jejum de trinta e seis
horas: três refeições. Realizado isto, é hora de buscar o Senhor para saber se
ele deseja que você prossiga num jejum mais longo. Três a sete dias é um bom
período de tempo e provavelmente causará um forte impacto sobre o curso de sua
vida.
É bom conhecer o processo
pelo qual seu corpo passa no curso de um jejum mais longo. Os primeiros três
dias são geralmente os mais difíceis em termos de desconforto físico e dores de
fome. O corpo está começando a livrar-se dos venenos tóxicos que se acumularam
durante anos de deficientes hábitos alimentares, e o processo não é nada
confortável. Essa é a razão de sentir a língua grossa e mau hálito. Não se
preocupe com esses sintomas; antes, seja grato por melhor saúde e bem-estar
como resultado. Você pode sentir dores de cabeça durante esse tempo,
principalmente se você é um ávido bebedor de café ou de chá. Esses são sintomas
suaves do jejum que passarão, muito embora sejam desagradáveis por algum tempo.
No quarto dia as dores da
fome começam a ceder, embora você tenha sensações de fraqueza e tontura. A
tontura é apenas temporária, causada por mudanças súbitas de posição.
Movimente-se com vagar e você não terá dificuldade. A fraqueza pode chegar ao
ponto em que a mais simples tarefa demande grande esforço. Descansar é o melhor
remédio. Muitos acham que este é o mais difícil período do jejum.
No sexto ou sétimo dia você
começará a sentir-se mais forte e mais alerta. As dores de fome continuarão a
diminuir até que nono ou décimo dia são apenas uma insignificante irritação. O
corpo terá eliminado o grosso dos venenos tóxicos e você se sentirá bem. Seu
senso de concentração estará aguçado e você achará que poderia continuar
jejuando indefinidamente. Em termos físicos, esta é parte mais agradável do
jejum.
Em algum ponto a partir do
vigésimo-primeiro dia até ao quadragésimo, ou mais tempo ainda, dependendo do
indivíduo, as dores de fome voltarão. Esta é a primeira fase da inanição e
indica que o corpo esgotou todas as suas reservas excedentes e está começando a
sacar sobre o tecido vivo. A esta altura o jejum deve ser quebrado.
A soma de peso perdido
durante um jejum varia grandemente com o indivíduo. No começo é normal a perda
de quase um quilo de peso por dia, diminuindo para quase meio quilo diário à
medida que o jejum prossegue. Durante o jejum você sentirá mais frio,
simplesmente porque o metabolismo do corpo não produz a soma costumeira de
calor. Cuidando-se de manter o calor, não há dificuldade alguma.
Deve ser óbvio a todos que
algumas pessoas há que, por motivos físicos, não devem jejuar. Os diabéticos,
as mulheres grávidas e os que têm problemas cardíacos não devem jejuar. Se você
tiver alguma dúvida sobre sua aptidão para jejuar, consulte um médico.
Antes de começar um jejum
prolongado, alguns são tentados a comer uma boa dose de alimento com o intuito
de formar “estoque”. Isto é muitíssimo imprudente; com efeito, refeições
ligeiramente mais leves do que o normal são melhores para um dia ou dois
anteriores ao jejum. Um bom conselho é que você se abstenha de tomar café ou
chá três dias antes de começar um jejum longo. Se a última refeição a estar no
estômago é de frutas e vegetais frescos, você não deve ter dificuldade com
prisão de ventre.
Um jejum prolongado deve ser
quebrado com suco de frutas ou de vegetais. A princípio, tomar pequenas
quantidades. Lembre-se de que o estômago se contraiu consideravelmente e todo o
sistema digestivo entrou numa espécie de hibernação.
No segundo dia você deve
poder comer frutas, e depois leite ou iogurte. A seguir você pode comer saladas
frescas e vegetais cozidos. Evite todo molho de salada, gordura ou amido. É
preciso tomar o máximo cuidado para não comer em excesso. Uma boa coisa durante
este período é considerar a dieta e hábitos alimentares futuros para ver se
você precisa ser mais disciplinado e estar no controle de seu apetite.
Embora os aspectos físicos do
jejum nos deixem curiosos, jamais devemos esquecer-nos de que a principal obra
do jejum bíblico está no reino espiritual.
O que se passa
espiritualmente é de muito maior conseqüência do que o que acontece no corpo.
Você estará engajado em uma guerra espiritual que necessitará de todas as armas
de Efésios 6. Um dos períodos mais críticos no campo espiritual está no final
do jejum físico quando temos uma tendência natural para descontrair-nos. Não
quero, porém, deixar a impressão de que todo jejum é uma tremenda luta
espiritual; pessoalmente, não tenho sentido assim.
O jejum pode trazer avanços
no reino espiritual que jamais poderiam ter acontecido de outra maneira. É um
recurso da graça e bênção de Deus que não deve ser negligenciado por mais
tempo. Wesley declarou:
“... não é meramente pela luz
da razão... que o povo de Deus tem sido, em todos os tempos, levado a usar o
jejum como um recurso: ... mas eles têm sido... ensinados a esse respeito pelo
próprio Deus, mediante claras e abertas revelações de sua Vontade... Ora,
quaisquer que tenham sido as razões para reavivar os do passado, em seu zeloso
e constante cumprimento deste dever, elas são de igual força ainda para
reavivar-nos.”
Agora é o tempo para que
todos quantos ouvem a voz de Cristo obedeçam a ela.
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